Texto escrito dia 19 de março de 2013, às 21:17
Contexto: Mudança, faculdade, namoro
*p.s.: tudo foi resolvido õ/
Chega um momento na vida, às vezes cedo demais, em que não vemos mais graça em passar por vários braços, em fazer aposta de quem toca mais bocas e esse tipo de coisa. Nessa hora, o que a gente quer é uno, é dar-se para uma pessoa só, é ter a certeza de que no fim de um cansativo dia, teremos o conforto do mesmo braço e abraço, um beijo com o mesmo sabor, um carinho daquele jeito que a gente sabe que gosta.
Acredito que o ser humano é solitário, e que não necessariamente, a gente precisa de um par. Não que sejamos infelizes sem outra pessoa para nos completar, essa ideia de NECESSITAR de alguém para se sentir capaz e completo, para mim, é ridícula. O que eu acho legal é um par para compartilhar, para receber o que essa pessoa tem a oferecer, uma troca. Troca de amor, de calor, de tristeza, felicidade, cumplicidade. Aí quando isso acontece, é confortável ter alguém em quem pensar, é uma delícia! Em dias de supermercado a gente olha uma coisa que essa pessoa gosta e compra para mostrar que lembrou e para fazê-la feliz, em uma data especial como dia dos namorados ou aniversário, a gente sai por aí procurando alguma coisa não só que a pessoa goste, mas que se encaixe como aquilo que você gostaria de dar para a pessoa.
Acontece também, de uma parte do par (ou ambas) mudar a rotina de uma maneira drástica, como quando muda-se de cidade, por exemplo; nesses casos quando “está tudo bem”, o casal acolhe a mudança e se refaz para aquela situação, os dois fazem as modificações necessárias. Diante de uma situação completamente nova na vida, a pessoa que se expõe a essa mudança, por mais que conte com ajuda de amigos, família e quem mais for, é a que mais “recebe” as novidades - usando um eufemismo para fugir de “sofre as conseqüências” porque nem tudo é tão “sofrível” quanto a frase apresenta.
Em uma cidade nova, tudo é novo. Amigos, casa, rotina, trabalho, estudos... É natural que durante esse processo, a pessoa que está inserida nesse mundo novo sinta-se um pouco solitária, um pouco carente. E nessa situação, é confortável ter em quem pensar e saber que há alguém esperando para saber como estão as coisas e esperando para te contar um pouco da vida dela também. O que acontece de vez em quando, é que muitas vezes nós não escolhemos o modo como vamos expressar certas coisas; a carência requer atenção, a atenção pode vir de um jeito que não favorece a nenhuma das partes (como brigas), e se a procura era por consolo, acaba vindo mágoa no lugar. Que porcaria de troca, não?
Mudanças, ainda que positivas, geram stress - porque nós somos bem grandinhos e sabemos que, quando dizemos que algo é bom ou ruim, estamos generalizando, porque por melhor que seja, em alguns momentos (ainda que poucos) acontecem coisas desagradáveis e vice-versa. Adaptar-se à nova “vida” requer coisas estressantes como lidar com burocracia, por exemplo.
Talvez seja demais esperar isso, mas eu, Paloma, gostaria de um pouco de compreensão nesse ponto citado acima. O nosso estado emocional não conta fato isolado, é uma mistura, é o resultado de tudo o que acontece todo dia. Eu tenho novos amigos, tenho novas atividades, preocupações, mas sinto um pouquinho de solidão às vezes, e muita carência. Eis que eu penso em direcionar meus pensamentos e sentimentos para uma pessoa especial, só que não dá certo. A gente se gosta, mas precisa aprender a lidar um com o outro. Enquanto eu fui buscar carinho, muitas vezes eu recebi acusações que me machucaram; fui responsabilizada por todas as nossas brigas e minhas reações exageradas (naturais de mim) foram tomadas como frescura, “tempestade em copo d’água”.
As brigas foram todas por bobagem e especificamente hoje, dia 19 de março de 2013 eu tive vontade de bater minha cabeça na parede até estourá-la, eu fiquei com muita raiva de mim. Não por me culpar pelas brigas, mas fiquei com ódio de “permitir que elas aconteçam”, raiva por de certa forma permitir o tratamento que recebo, e além do ódio e da raiva, estou completamente desesperada e perdida por não saber mais como lidar com a situação. É evidente que expor o problema e tentar falar sobre o mesmo (minha atual estratégia) é um completo fracasso nessa relação. Fracasso. Essa é a palavra! É a definição do meu sentimento. Sinto-me assim porque cada vez que acontece uma briga, é como se a pessoa que eu amo estivesse se afastando de mim por um caminho sem volta, porque eu sei, nenhum dos dois vai aguentar desse jeito. Amparo. Tudo o que eu quero é apoio, amparo, um abraço e compreensão, ouvir que vai ficar tudo bem e que vamos trabalhar nisso. Infelizmente o que resolveria o problema era ouvir isso de uma pessoa específica que não consegue ver o quão mal estou pelo que anda acontecendo conosco.